O papel da competência emocional na liderança positiva

Ser inteligente emocionalmente não implica necessariamente competência no que diz respeito a esta habilidade.

Ser competente em termos emocionais significa ser capaz de pensar, perceber e, a partir disto, gerir os próprios sentimentos, emoções (e atitudes), incluindo o compreender a linguagem emocional do outro – a qual é fundamentalmente não verbal.

A capacidade de alinhar aquilo que se diz àquilo que se demonstra gestualmente, através de pequeninas expressões, ricas de mensagens emocionais (direção do olhar, qualidade do sorriso, posição do corpo, ritmo respiratório, etc) é uma grande habilidade, que exige prática, a qual inclui alguns elementos fundamentais: autoconsciência, autocontrolo, consciência social e gestão das relações.

Autoconsciência
A autoconsciência diz respeito ao conhecimento de si, dos próprios pensamentos, motivações, atitudes e afetos. Quantas vezes são feitas e ditas coisas completamente contrárias àquilo que verdadeiramente se acredita ou se sente, porém sem qualquer consciência desta discrepância.

Autocontrolo
O autocontrolo refere-se à capacidade de se conter, no sentido de reconhecer o que se sente e, mesmo diante de um grande desconforto ou de uma grande alegria, pensar e agir conforme o que se pretende como razoável/ajustado à situação e objetivos da pessoa.

Consciência Social
A consciência social é a habilidade de perceber que o outro também possui um mundo mental, cheio de emoções, pensamentos, desejos e expectativas. Não somos todos movidos e mobilizados pelas mesmas interpretações do mundo.

Gestão Eficaz das Relações
A gestão eficaz das relações é o resultado do exercício de todas as habilidades acima destacadas. Significa a capacidade de diálogo sincero, porém respeitoso. É o saber se colocar sem culpabilizar, sem intimidar, sem se vitimizar… É o estar presente “de corpo e alma” demonstrando interesse e boa vontade para encontrar uma solução sincera e construtiva.

Somente com autoconhecimento, autocontrolo e consciência social é possível, verdadeiramente, se tornar competente emocionalmente e, como todas as outras competências, esta também precisa de apoio, aprendizagem, treino, desafio e experiência.

Um líder sem competência emocional acaba por sabotar as suas próprias intenções positivas, gerando desconfiança, descrédito e um clima de perseguição e ausência de afetos positivos.

Para liderar de maneira positiva e construtiva é preciso, em primeiro lugar, conhecer a si mesmo e trabalhar os “pontos cegos” que impedem de ver as forças e potenciais individuais e da equipa como um todo.

 

Marcela Almeida Alves

Psicóloga, Coach & Formadora

htt://www.humanbusinesspotential.com

Avaliação e Intervenção de Riscos Psicossociais

As investigações na área da Psicologia da Saúde Ocupacional têm demonstrado a importância de se avaliar os Riscos Psicossociais a que estão expostos os trabalhadores nas organizações.

Diante das mudanças económicas e de uma realidade cada vez mais instável e dinâmica no âmbito do trabalho, a temática da promoção e manutenção do bem-estar dos colaboradores ganha relevo, tendo em vista o seu impacto nas relações profissionais, na produtividade, na qualidade da execução dos processos e na própria saúde, física e mental das pessoas.

O trabalho pode ser vivido como fonte de realização ou sofrimento e as organizações, em parceria com os colaboradores, têm um papel ativo e significativo em promover um ambiente salutogênico, fértil no que se refere ao desenvolvimento do melhor potencial das pessoas.

Quanto mais saudável é o ambiente organizacional melhores são os resultados obtidos, em termos de engagement, resolução de problemas, flexibilidade, assiduidade e alinhamento com os objetivos da empresa.

Um ambiente organizacional saudável é promotor de sentido e de um clima emocional de confiança, colaboração, segurança e respeito. A qualidade do trabalho desenvolvido pelas pessoas depende da satisfação de necessidades psicológicas, que interferem directamente na estabilidade do bem-estar laboral.

Somente tendo em consideração a importância da dimensão psicossocial do trabalho e os seus efeitos sobre o bem-estar é possível estabelecer com os colaboradores uma parceria construtiva, em que todos na organização ganham e se desenvolvem.

A avaliação de Riscos Psicossociais é, portanto, o primeiro passo para perceber em que medida as necessidades humanas estão a ser satisfeitas nas organizações. A partir da compreensão do grau de exposição a estes riscos é possível construir um plano de intervenção com vistas à promoção de um ambiente de trabalho mais saudável!

Para além dos instrumentos convencionais de avaliação de Riscos Psicossociais, como o COPSOQ-II, também utilizamos ferramentas de Psicologia Positiva e Coaching, desde o diagnóstico à intervenção.

Marcela Almeida Alves
Psicóloga, Coach & Formadora
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